terça-feira, 30 de dezembro de 2014

EDP vende à Three Gorges metade da subsidiária EDP Ásia

"O maior accionista da EDP adquiriu 50% da EDP Ásia, que, por sua vez, detém 21,2% da Companhia de Electricidade de Macau, num negócio com um ganho de 110 milhões de euros para a EDP.
A EDP acordou a venda ao grupo China Three Gorges (seu maior accionista) de 50% da EDP Ásia, a subsidiária da empresa portuguesa que detém 21,2% da CEM – Companhia de Electricidade de Macau, num negócio que representará para a EDP um ganho de capital de 110 milhões de euros este ano.

A EDP Ásia detém uma participação de 21,2% na Companhia de Electricidade de Macau, que actua como concessionária exclusiva nas actividades de transmissão, distribuição e comercialização de energia eléctrica na Região Administrativa Especial de Macau desde 1985. A CEM detém 1.680 quilómetros de redes de electricidade e 472 megawatts (MW) de capacidade instalada. 

"As partes valorizaram a participação de 50% da EDP Ásia em 94 milhões de euros e a transacção deve resultar num ganho de capital para a EDP estimado em aproximadamente 110 milhões de euros em 2014, incluindo a reavaliação de 50% de participação da EDP na EDP Ásia", refere a EDP em comunicado ao mercado.

A eléctrica presidida por António Mexia sublinha que esta transacção surge no contexto da parceria estratégica com a CTG, firmada no final de 2011, após o grupo chinês ter ganho a privatização de 21,35% da EDP. Essa parceria previa que a CTG viesse a investir 2 mil milhões de euros em projectos da eléctrica portuguesa. Boa parte desse investimento tem sido concretizado por via da aquisição pela CTG de participações minoritárias em activos eólicos da EDP."

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A propósito da instalação de GPS em viaturas de trabalho, atenção que...

A propósito de estarem a ser instalados GPS em viaturas de trabalho, sem ter o parecer prévio e obrigatório de Comissões de Trabalhadores, recordamos este artigo publicado em 20 de dezembro de 2013 da autoria do jurista Jorge Teixeira da Mota:
" O Raul era uma pessoa extremamente atenta à defesa da sua privacidade e aos perigos das novas tecnologias. Mas não se pense que era um cavaleiro andante da era digital como Edward Snowden. Não, a sua história é ligeiramente menos altruísta e quem teve de se pronunciar sobre a mesma foi o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), no passado dia 13 de Novembro, por causa do seu despedimento.
Trabalhador na mesma empresa há 25 anos, Raul era motorista de pesados, conduzindo um veículo de transporte de combustível, recebendo de remuneração base ? 582,60 e ? 74,88 de diuturnidades.
Todos os dias carregava o combustível nas instalações da entidade patronal ou em qualquer refinaria que lhe fosse indicada, e recebia instruções precisas para descarregar a mesma nas instalações dos clientes, normalmente bombas de gasolina.
Possuía um telemóvel fornecido pela entidade patronal, que devia permanecer ligado para se manter em contacto e poder receber, desta, chamadas e instruções para o desempenho das suas tarefas. Além disso estava instalado na empresa e nas viaturas um equipamento Masternault/ GPS que registava os trajectos percorridos, distâncias, tempos de paragem e horários de cada uma. No dia 02 de Dezembro de 2011, da sede tentaram contactá-lo pelo telemóvel mas este estava desligado, pelo que consultaram o equipamento Masternault/GPS verificando que a viatura conduzida pelo Raul circulava numa área que não era abrangida pelo percurso que lhe tinha sido destinado naquele dia.
Deveria carregar o combustível na refinaria de Matosinhos e dirigir-se para sul: Vila Nova de Gaia, Albergaria-a-Velha, Vila Nova de Paiva, Arouca e Branca, mas tinha-se deslocado por duas vezes a Vila do Conde. Consultados os registos, constatou a entidade patronal que Raul nos últimos meses se tinha desviado, com regularidade, dos percursos que lhe tinham sido indicados, percorrendo um total de 866,20 quilómetros não justificados, despendendo 49 horas em paragens que não se encontravam justificadas e que contabilizara como tempo de trabalho, consequentemente pago, o que determinara ainda o pagamento de horas extraordinárias e ajudas de custo acrescidas. Findo o inevitável processo disciplinar, Raul foi despedido.
Recorreu então aos tribunais alegando questões formais diversas e a impossibilidade de utilização, como meio de prova, dos registos de GPS do veículo por si conduzido, por se tratar de meios de controlo à distância da actividade do trabalhador, proibidos por lei. Não teve sorte no tribunal de 1.ª instância, que considerou lícito o seu despedimento, mas o Tribunal da Relação do Porto, para onde recorreu, julgou o despedimento ilícito essencialmente por considerar que a utilização do GPS violara o direito de Raul à reserva da intimidade da vida privada, constitucionalmente consagrada.
Recorreu a entidade patronal para o STJ, onde os juízes-conselheiros Mário Belo Morgado, Pinto Hespanhol e Fernandes da Silva tiveram a última palavra sobre a saga de Raul.
Em primeiro lugar consideraram que o GPS não podia ser considerado um meio de vigilância do trabalhador à distância proibido por lei, já que o GPS apenas permite a localização de veículos em tempo real, referenciandoos em determinado espaço geográfico, não permitindo saber o que fazem os respectivos condutores, mas, tão somente, onde se encontram e se estão parados ou em circulação, o que é absolutamente aceitável e razoável no âmbito de uma relação laboral. Depois, consideraram que os factos relativos à localização geográfi ca de um camião de transporte de combustível não estavam abrangidos pelo direito à reserva da intimidade da vida privada do respectivo motorista, sendo certo que o que se discutira no processo disciplinar fora a questão de saber se o trabalhador estava em locais consentâneos com os destinos que lhe haviam sido definidos para entrega de combustível e não o que estava em concreto a fazer nos locais em que efectivamente estivera. Em nada se entrara na vida privada de Raul. E, por último, o STJ considerou absolutamente legítima a utilização dos registos do GPS como prova no processo disciplinar tendo em conta estarem em causa factos imputáveis ao Raul que indiciavam actos lesivos da segurança de pessoas e bens praticados durante o seu horário de trabalho.
Tudo visto, o STJ considerou que o despedimento era lícito, já que o comportamento de Raul violara,
efectivamente, de forma grave e irremediável, os deveres a que estava obrigado enquanto trabalhador. Raul não era um mártir da época digital.
Advogado. Escreve à sexta-feira no Jornal Público
ftmota@netcabo.pt "

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Conta da luz aumenta 3,3% em 2015. É a maior subida desde 2012

As consequências da privatização continuam. O objetivo da ERSE é ser a ponta de lança no aumento rápido dos lucros das comercializadoras.
Mais uma vez a concorrência foi uma mentira.
Notícia DN
" Aumento é para os 2,5 milhões de consumidores que ainda estão no mercado regulado, mas tem impacto no mercado livre porque os descontos dos operadores são sobre este valor
A conta da luz vai mesmo subir 3,3% em janeiro de 2015, anunciou hoje a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). A proposta apresentada há dois meses foi aceite pelo conselho tarifário o que significa que, a partir de janeiro, uma conta média mensal de 35,3 euros (já com IVA a 23%) ficará 1,14 euros mais cara.
Este aumento abrange cerca de 2,5 milhões de portugueses porque, do total de seis milhões de consumidores de eletricidade que existem em Portugal, são estes os que ainda estão no mercado regulado e a quem se aplica a tarifa que agora sobe."
Nota: o preço será revisto em Março, para subir ainda mais presume-se! E, claro, o aumento das tarifas regulados ajudarão à subida de todas as outras!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Apesar dos 17,5 mil milhões de dívida EDP vai investir no Perú

"A EDP está a preparar a entrada no mercado peruano, reforçando assim a sua presença na América Latina. A informação foi revelada ao Económico pela Embaixada do Peru em Portugal.
O alvo do grupo liderado por António Mexia, que já assegurou representação local, é as centrais hidroeléctricas de média dimensão, à semelhança da estratégia traçada para o Brasil, onde está há uma década e meia.
"A EDP abriu um escritório em Lima a 1 de Outubro. Há um interesse específico em termos de hidroeléctricas", afirmou o embaixador do Peru em Portugal, Enrique Román-Morey, em declarações ao Económico.
O Peru tem actualmente em marcha um programa de captação de investimento estrangeiro para diversas áreas estratégicas, entre as quais a produção e distribuição de energia.
Um plano que se enquadra nas ambições de crescimento do grupo nacional, impulsionadas pela recente entrada da China Three Gorges no seu capital social. A aliança com o grupo chinês assegurou-lhe o músculo financeiro que ameaçava travar a aposta em novos projectos.
Com uma dívida líquida que ascendia a quase 17,5 mil milhões de euros no final de Setembro passado, a prioridade da EDP continua centrada na redução do endividamento e na conclusão dos projectos inscritos no plano de negócios até 2017. Um pacote onde a energia eólica e as diversas barragens nacionais se destacam."

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Fiequimetal: Sobre o contrato de fornecimento de eletricidade

"Em reunião com a Empresa, a Fiequimetal foi informada que a passagem dos trabalhadores, com potências contratadas superiores a 10,35 KvA, para a EDP/Comercial se fará este mês, mantendo a tarifa-base. Os contratos poderão ser mudados para outros tarifários, a partir de março'2015, tal como os restantes trabalhadores, após informação nesse sentido por parte da EDP. Os trabalhadores poderão, a partir daí, beneficiar das condições mais vantajosas oferecidas, nomeadamente na tarifa bi-horária ou pacotes duais (gás + eletricidade).
No interesse comum, a Empresa recomenda que todos os trabalhadores enviem a leitura do seu contador, até ao fim do ano de2014.
Os trabalhadores que tinham já mudado para a Comercial, nomeadamente por mudança de residência e ficaram sem a aplicação da figura, caso não tenham ainda a sua situação regularizada devem contactar os Sindicatos."

Fiequimetal propõe aumento salarial de 3% com mínimo da 30 euros

A proposta apresentada fundamenta-se nas perdas dos trabalhadores registadas no conjunto dos três últimos anos (2012, 2013 e 2014), em que se verificou um aumento de preços no consumo de 6,03%, sendo que o valor dos salários no mesmo período se ficou pelos 4,6 por cento, verificando-se, portanto, uma perda de 1,43%.
Prevendo-se, no ano em curso, um valor de inflação de expressão reduzida, a Fiequimetal assenta a fundamentação na revalorização dos salários, (i) na perda salarial verificada nos dois últimos anos (1,43%) e, (ii) que a diferença para o valor percentual apresentado se repercuta nos salários na forma de ganhos de produtividade (1,57%), perfazendo os 3 % da proposta.
No sentido de prevenir o menor impacto percentual nos salários mais baixos dos novos trabalhadores, a Fiequimetal apresenta ainda a proposta de um valor mínimo a cada trabalhador, nos casos em que, da aplicação da percentagem, o valor seja inferior a 30 euros.
Leia todo o texto clicando aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Solidariedade com os trabalhadores do call center. Eles também são EDP.

Os nossos colegas trabalhadores do call center estiveram hoje em protesto e todos nós, ao chegar ao Pavilhão Meo Arena, podemos receber o seu comunicado. A sua reivindicação é justa. Merecem o nosso apoio!
Notícia do site 'Notícias ao Minuto' e foto facebook
"Os trabalhadores dos dois call centers de Lisboa, um a funcionar há cerca de um ano no Parque das Nações e outro na Quinta do Lambert, subcontratados pela EDP, através da empresa Tempo Team, contestam o facto de continuarem a não ser integrados nos quadros da elétrica e permanecerem com baixas remunerações.
Estes trabalhadores dos call centers atendem as chamadas dos clientes da EDP sobre faltas de energia, avarias, contratação ou faturação.
Anna Catarino, trabalhadora de um dos 'call center' desde 2002 e representante do Sindicato das Industrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI), explicou à agência Lusa que as empresas de 'call centers' estão a prestar um serviço à EDP há mais de 20 anos e não fazem parte dos quadros da empresa.
"Temos colegas que já fizerem 25 anos de casa, sempre através de prestadores de serviços. Se nos bastidores fazemos aquilo que é necessário para linha da frente da EDP, então deveríamos ser EDP, não deveríamos estar fora", sublinhou Anna Catarino.
De acordo com a sindicalista, a "grande fatia dos lucros anuais da empresa advém dos prestadores de serviços".
Adiantou que se os cerca de dois mil trabalhadores nesta situação fossem dos quadros da EDP, esta "despenderia menos dinheiro do que aquele que contrata com as empresas de prestadores de serviços".
"Somos EDP, somos a voz da EDP, mas no nosso recibo de vencimento de todos os meses somos prestadores de serviços", revelou aquela trabalhadora, salientando que "há nove anos que os vencimentos estão estagnados".
O último aumento "não chegou aos nove euros", em ordenados que rondam o ordenado mínimo até aos 654 euros, precisou.
A sindicalista adiantou ainda que os próprios trabalhadores da EDP estão do lado dos trabalhadores dos 'call centers', que reconhecem "ser uma vergonha" manter estas pessoas em prestação de serviços.
Anna Catarino, uma das vozes daqueles que lutam pela integração nos quadros da EDP, sugeriu que enquanto a empresa não for por esse caminho, se deveria integrar uma cláusula no contrato com os prestadores de serviço, de forma que os trabalhadores que estão naqueles postos mantenham "a antiguidade e fiquem garantidos todos os direitos".
Na quinta-feira os trabalhadores dos call centers cumprem o segundo dia de greve."