O
presidente boliviano, Evo Morales, decretou hoje a nacionalização de duas
empresas de distribuição de electricidade da espanhola Iberdrola, devido,
segundo alegou, à diferença de preços cobrados entre a zona urbana e a rural.
As nacionalizações, anunciadas através de um decreto assinado
por Evo Morales, afectam a Electropaz, sediada em La Paz, e a Elfeo, em Oruro.
Além das duas distribuidoras de electricidade, a medida engloba também uma
empresa de serviços e uma outra ligada aos investimentos da empresa espanhola,
que fica assim sem qualquer presença no país.
De acordo com jornal espanhol El País, Morales considera
que a nacionalização, que implicou a ocupação das instalações das empresas por
parte de forças militares, vai “garantir o direito humanitário à electricidade”
por parte das populações rurais. "Somos obrigados a tomar este passo para
que as tarifas de electricidade sejam uniformizadas”, referiu Morales numa
cerimónia que decorreu no palácio presidencial, citado pela AFP. Conforme
descreve o El País, as zonas rurais pagam o equivalente a mais 0,10 euros por
cada Kilowatt hora (kWh), além do serviço ser mais irregular.
O governo de Morales diz agora que irá indemnizar a Iberdrola,
no prazo de 180 dias, após uma avaliação independente. No entanto, como relata
o El País, ainda não houve qualquer compensação
económica desde que a Colômbia chamou a si, em Maio, as acções que a Red
Eléctrica Española detinha na Transportadora de Electricidad (TDE). Neste
momento, todo o sistema de serviços de electricidade, desde a produção à
distribuição final, é controlado pela boliviana Empresa Nacional de Electricidad
(ENDE).
Desde que chegou ao poder em 2006, Morales já nacionalizou
várias empresas, em vários sectores, desde o petróleo às telecomunicações,
passando pela indústria mineira e energia.
Notícia jornal Público.