"Mesmo depois de renovar o contrato com a EDP, a Randstad insiste em pagar salários de miséria aos trabalhadores que são a voz da companhia eléctrica no contacto diário com os utentes. À proposta de mais três cêntimos por dia, responde-se com dois dias de greve e uma concentração, informou o SIESI.
18.6.2016
A greve está marcada para dias 20 e 21, próximas segunda e terça-feira. A concentração terá lugar às 9 horas de dia 20, frente à sede da Randstad.
Em plenários, nos dias 1, 2 e 3 de Junho, os trabalhadores aprovaram uma moção que foi entregue à empresa, com uma proposta de aumentos salariais. A administração respondeu com valores muito inferiores e muito aquém da disponibilidade financeira da Randstad.
O SIESI apresentou várias propostas à Randstad, a última das quais com base nos recursos financeiros que a própria administração afirmou ter disponíveis. Esta proposta do sindicato contemplava aumentos salariais em todos os escalões. Foi rejeitada pela administração, que se limitou a apresentar contrapropostas ainda inferiores.
Desde 2012 que os trabalhadores reclamam um aumento de um euro por dia, assim como a melhoria do subsídio de alimentação, de forma também a uniformizar as actuais diferenças (há subsídios de 5,00 euros, de 5,25, de 5,40, de 5,75 e de 6,00 euros).
Para discutir um caderno reivindicativo, o SIESI teve reuniões com a administração ao longo de vários meses, até ao final de 2015. A Randstad sempre alegou que tudo dependeria do resultado do concurso para a adjudicação do contrato com a EDP, do qual dependia a manutenção das operações nos call-centers desta. Desde o final de 2015 rejeitou encarar qualquer melhoria dos salários. Agora, mesmo após a adjudicação do contrato, apresenta propostas insuficientes e que demonstram falta de respeito pelo valor do trabalho.
Os trabalhadores da HC Espanha, empresa do Grupo EDP, consideram insuficiente a proposta patronal e vão estar na luta com os restantes camaradas."
Mais informação em siesi.pt /
Notícia site fiequimetal.pt
domingo, 19 de junho de 2016
sexta-feira, 10 de junho de 2016
CTG faz balanço positivo do investimento na EDP mas rejeita reforço
Wu Shengliang defende aumento salarial de Mexia e diz que é "ajustamento normal"
notícia jornal Público
"O vice-presidente executivo da China Three Gorges (CTG) International, Wu Shengliang, considerou nesta quinta-feira que as expectativas que a sua empresa tinha quando investiu na EDP "foram cumpridas", mas excluiu um reforço da participação na eléctrica portuguesa.
"Consideramos, sobretudo, as metas estratégicas e, nesse aspecto, estamos satisfeitos", disse Wu à agência Lusa em Pequim, enaltecendo o contributo da EDP para a internacionalização da estatal chinesa.
Em 2012, na sequência de um concurso internacional, a CTG pagou ao Estado português 2700 milhões de euros por uma participação de 21,35% no capital da EDP, num dos maiores investimentos chineses na Europa.
"Hoje, a CTG é a segunda maior geradora de energia com capital privado no Brasil (...) temos projectos conjuntos com a EDP em Inglaterra e França, e presença em Itália, Polónia e Portugal", afirmou Wu.
Por outro lado, o gestor chinês lembrou que a entrada da CGT permitiu à elétcrica portuguesa financiar-se junto do Banco de Desenvolvimento da China, uma instituição financeira do Governo chinês, "num período em que os mercados se fecharam ao sul da Europa".
"Foi só após um primeiro empréstimo [da China] de mil milhões de euros que a EDP conseguiu voltar aos mercados", lembrou.
Wu Shengliang, 45 anos, formado em engenharia hidráulica e mestre em Economia e Gestão, é também membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e director-adjunto do Departamento de Planeamento Estratégico da CTG.
Questionado sobre a possibilidade da sua empresa vir a comprar ou vender acções da eléctrica portuguesa, visto que o período de bloqueio terminou no mês passado, Wu negou ambas as hipóteses.
"Somos diferentes dos outros accionistas; temos uma visão a longo prazo e o interesse é mais estratégico do que financeiro", justificou.
E recusou também um reforço da participação na EDP, numa decisão que admitiu estar relacionada com a blindagem dos estatutos, que limita os direitos de voto a 20%, mesmo que a participação accionista seja maior.
"Esta é uma questão à qual prestamos especial atenção", disse, observando que "muitas leis em Portugal são já antigas e desajustadas face ao funcionamento actual do mercado" e constituem um "obstáculo para os investidores".
Wu Shengliang negou ainda a existência de uma concertação entre a CTG e a CNIC, a outra accionista da EDP (participação de 3,02%) detida na totalidade do capital pela República Popular da China.
Segundo explicou, a CNIC pertence à Administração Estatal das Reservas Externas (SAFE, na sigla em inglês), um braço financeiro do Estado chinês.
Já a Three Gorges é directamente tutelada pelo Governo central chinês, através de um organismo conhecido como SASAC (State-owned Assets Supervision and Administration Commission).
"A CNIC não tem nada a ver connosco", frisou Wu. "Trata-se de um "investidor puro", focado na "gestão financeira", enquanto "nós fazemos investimento industrial", disse.
Ainda assim, na estrutura accionista da EDP é aclarado que a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários obriga à agregação das duas participações, tornado imputável à República Popular da China 24,37% dos direitos de voto.
Para Wu, a decisão gera dúvidas: "Se, no futuro, a soma da participação de ambas as empresas ultrapassar os 25%, quem é que assume a responsabilidade", questiona.
"A China tem centenas de milhares de empresas, e ninguém tem obrigação de nos comunicar sobre os seus planos", explica.
"Caso aquela questão não seja resolvida, a CTG vai pensar duas vezes antes de continuar a investir ou comprar mais acções da EDP", concluiu.
notícia jornal Público
"O vice-presidente executivo da China Three Gorges (CTG) International, Wu Shengliang, considerou nesta quinta-feira que as expectativas que a sua empresa tinha quando investiu na EDP "foram cumpridas", mas excluiu um reforço da participação na eléctrica portuguesa.
"Consideramos, sobretudo, as metas estratégicas e, nesse aspecto, estamos satisfeitos", disse Wu à agência Lusa em Pequim, enaltecendo o contributo da EDP para a internacionalização da estatal chinesa.
Em 2012, na sequência de um concurso internacional, a CTG pagou ao Estado português 2700 milhões de euros por uma participação de 21,35% no capital da EDP, num dos maiores investimentos chineses na Europa.
"Hoje, a CTG é a segunda maior geradora de energia com capital privado no Brasil (...) temos projectos conjuntos com a EDP em Inglaterra e França, e presença em Itália, Polónia e Portugal", afirmou Wu.
Por outro lado, o gestor chinês lembrou que a entrada da CGT permitiu à elétcrica portuguesa financiar-se junto do Banco de Desenvolvimento da China, uma instituição financeira do Governo chinês, "num período em que os mercados se fecharam ao sul da Europa".
"Foi só após um primeiro empréstimo [da China] de mil milhões de euros que a EDP conseguiu voltar aos mercados", lembrou.
Wu Shengliang, 45 anos, formado em engenharia hidráulica e mestre em Economia e Gestão, é também membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e director-adjunto do Departamento de Planeamento Estratégico da CTG.
Questionado sobre a possibilidade da sua empresa vir a comprar ou vender acções da eléctrica portuguesa, visto que o período de bloqueio terminou no mês passado, Wu negou ambas as hipóteses.
"Somos diferentes dos outros accionistas; temos uma visão a longo prazo e o interesse é mais estratégico do que financeiro", justificou.
E recusou também um reforço da participação na EDP, numa decisão que admitiu estar relacionada com a blindagem dos estatutos, que limita os direitos de voto a 20%, mesmo que a participação accionista seja maior.
"Esta é uma questão à qual prestamos especial atenção", disse, observando que "muitas leis em Portugal são já antigas e desajustadas face ao funcionamento actual do mercado" e constituem um "obstáculo para os investidores".
Wu Shengliang negou ainda a existência de uma concertação entre a CTG e a CNIC, a outra accionista da EDP (participação de 3,02%) detida na totalidade do capital pela República Popular da China.
Segundo explicou, a CNIC pertence à Administração Estatal das Reservas Externas (SAFE, na sigla em inglês), um braço financeiro do Estado chinês.
Já a Three Gorges é directamente tutelada pelo Governo central chinês, através de um organismo conhecido como SASAC (State-owned Assets Supervision and Administration Commission).
"A CNIC não tem nada a ver connosco", frisou Wu. "Trata-se de um "investidor puro", focado na "gestão financeira", enquanto "nós fazemos investimento industrial", disse.
Ainda assim, na estrutura accionista da EDP é aclarado que a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários obriga à agregação das duas participações, tornado imputável à República Popular da China 24,37% dos direitos de voto.
Para Wu, a decisão gera dúvidas: "Se, no futuro, a soma da participação de ambas as empresas ultrapassar os 25%, quem é que assume a responsabilidade", questiona.
"A China tem centenas de milhares de empresas, e ninguém tem obrigação de nos comunicar sobre os seus planos", explica.
"Caso aquela questão não seja resolvida, a CTG vai pensar duas vezes antes de continuar a investir ou comprar mais acções da EDP", concluiu.
Aumento salarial de Mexia é "ajustamento normal"
Quanto ao aumento do salário do presidente da EDP, António Mexia, Wu Shengliang considerou-o "normal", lembrando que não havia uma actualização desde 2006.
"Nos últimos nove anos, o presidente executivo manteve a mesma remuneração, e nós achamos que era altura de fazer um ajustamento", frisou.
Segundo a proposta de remuneração aprovada pela assembleia-geral de acionistas da EDP, António Mexia pode ganhar até 2,6 milhões de euros em 2016, entre remunerações fixas e variáveis, mais 600 mil do que em 2015.
Já o administrador financeiro (CFO), Nuno Alves, e o presidente da EDP Renováveis, Manso Neto, vão receber 560 mil euros de remuneração fixa anual cada. Os restantes elementos do Conselho de Administração Executivo da EDP têm uma remuneração de 480 mil euros.
Wu Shengliang defendeu aqueles valores: "Com a actual administração, a EDP passou de uma empresa doméstica para uma multinacional, com projectos e negócios em 14 países", disse.
O gestor chinês lembrou ainda que os vencimentos da administração da EDP estão abaixo do auferido pelas suas congéneres internacionais.
"Avaliamos muito positivamente a gestão da EDP e achamos que os gestores devem beneficiar dos bons resultados da empresa", afirmou."
Quanto ao aumento do salário do presidente da EDP, António Mexia, Wu Shengliang considerou-o "normal", lembrando que não havia uma actualização desde 2006.
"Nos últimos nove anos, o presidente executivo manteve a mesma remuneração, e nós achamos que era altura de fazer um ajustamento", frisou.
Segundo a proposta de remuneração aprovada pela assembleia-geral de acionistas da EDP, António Mexia pode ganhar até 2,6 milhões de euros em 2016, entre remunerações fixas e variáveis, mais 600 mil do que em 2015.
Já o administrador financeiro (CFO), Nuno Alves, e o presidente da EDP Renováveis, Manso Neto, vão receber 560 mil euros de remuneração fixa anual cada. Os restantes elementos do Conselho de Administração Executivo da EDP têm uma remuneração de 480 mil euros.
Wu Shengliang defendeu aqueles valores: "Com a actual administração, a EDP passou de uma empresa doméstica para uma multinacional, com projectos e negócios em 14 países", disse.
O gestor chinês lembrou ainda que os vencimentos da administração da EDP estão abaixo do auferido pelas suas congéneres internacionais.
"Avaliamos muito positivamente a gestão da EDP e achamos que os gestores devem beneficiar dos bons resultados da empresa", afirmou."
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Mexia diz que ganha como "um defesa direito de um clube do meio da tabela". Nós queremos ser defesa esquerdo!
"Numa entrevista à revista "Sábado", o executivo optou por desdramatizar, fazendo uma comparação com o que aufere com o mundo do futebol.
"O meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela (risos). Não me considerando, eu, um jogador desses", afirmou, quando perguntado como é ser um dos gestores mais bem pagos do país. Na realidade, no ano passado, Mexia auferiu 1,9 milhões de euros. Este ano, poderá ganhar mais 36% face ao ano transato, ou seja, 2,6 milhões de euros. "E se olhar para o sector, na Europa e nos Estados Unidos, o meu salário é incomparavelmente mais baixo do que o de outras empresas da mesma dimensão", contemporizou, garantindo que os seus rendimentos apenas lhe dizem respeito a ele e aos acionistas da empresa. "Em Portugal, as únicas pessoas que são obrigadas a revelar a remuneração são os gestores das cotadas e os titulares de cargos públicos", respondeu.
Olhando apenas para a realidade nacional, o JN foi tentar saber quanto pode auferir um defesa direito de um clube do meio da tabela no campeonato português: cerca de seis mil euros brutos (mais ou menos metade em termos líquidos). O que, no melhor dos cenários, e multiplicando por 14 meses, resulta num rendimento anual de 84 mil euros."
"O meu salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela (risos). Não me considerando, eu, um jogador desses", afirmou, quando perguntado como é ser um dos gestores mais bem pagos do país. Na realidade, no ano passado, Mexia auferiu 1,9 milhões de euros. Este ano, poderá ganhar mais 36% face ao ano transato, ou seja, 2,6 milhões de euros. "E se olhar para o sector, na Europa e nos Estados Unidos, o meu salário é incomparavelmente mais baixo do que o de outras empresas da mesma dimensão", contemporizou, garantindo que os seus rendimentos apenas lhe dizem respeito a ele e aos acionistas da empresa. "Em Portugal, as únicas pessoas que são obrigadas a revelar a remuneração são os gestores das cotadas e os titulares de cargos públicos", respondeu.
Olhando apenas para a realidade nacional, o JN foi tentar saber quanto pode auferir um defesa direito de um clube do meio da tabela no campeonato português: cerca de seis mil euros brutos (mais ou menos metade em termos líquidos). O que, no melhor dos cenários, e multiplicando por 14 meses, resulta num rendimento anual de 84 mil euros."
Notícia JN a partir de uma entrevista à revista Sábado
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