terça-feira, 14 de março de 2017

Às e aos trabalhadores em ou próximos da pré-reforma. Leiam o exemplo da PT:

Muitas e muitos trabalhadores da EDP desejam ir para a pré-reforma, saturad@s da situação laboral e esperando assim conseguir segurar os direitos adquiridos. 
É preciso que se perceba: "podes livrar-te da obrigação do trabalho mas não vais livrar-te dos problemas".
O caminho que o Grupo em que trabalhamos cada vez se parece mais com o da PT e desta chegam notícias preocupantes. Leiam esta notícia publicada pelo jornal Expresso, da jornalista Anabela Campos.
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Trabalhadores em reforma e suspensão custam mais de 100 milhões de euros por ano
"A PT Portugal está empenhada em baixar a fatura com os cerca de 3500 trabalhadores que tem em casa em situação de pré-reforma e suspensão de contrato. Está, neste momento, a fazer um concurso para encontrar um escritório de advogados que lhe encontre uma solução, soube o Expresso.
É uma herança dos tempos da privatização e que foi estendida até 2013. Era então permitido aos trabalhadores da PT, com condições elegíveis, avançar para a pré-reforma ou para a suspensão do contrato, recebendo entre 80% a 100% do salário que detinham na altura. Atualmente, os trabalhadores que estão em casa custam por ano mais de €100 milhões. A fatura já foi mais elevada. Em 2007, era de €160 milhões. O escritório de advogados eleito terá de encontrar um caminho para minimizar o impacto destes trabalhadores nas contas da empresa.

A franco-israelita Altice, dona da PT desde junho de 2015, nunca escondeu que era um incómodo para si ter tantos trabalhadores em casa com salário sem funções e admitiu até chamá-los de novo para trabalhar. Mas percebeu que não seria simples fazê-lo e, por isso, está à procura de uma solução. Agora também não será uma bota fácil de descalçar, por várias razões. Uma delas é o facto de, quando a Altice comprou a PT Portugal à brasileira Oi, ter tido um desconto no preço de venda de cerca de €1,3 mil milhões, um valor que seria usado para cobrir responsabilidades futuras com pré-reformas e saúde.

Mas não será só esse o contratempo que a Altice terá de enfrentar. É que o acordo com os trabalhadores prevê que eles tenham direito a todas as prestações até à idade da pré-reforma (66 anos e três meses atualmente) e só poderá ser alterado com a concordância destes e assinado por escrito. Ou seja, o que vier a ser decidido tem de ser expressamente aceite pelos trabalhadores visados. A PT Portugal, recorde-se, tem atualmente cerca de 9600 trabalhadores no quadro. Questionada pelo Expresso sobre este processo em curso, a PT remeteu-se ao silêncio.

Entretanto, foram publicadas as contas de 2016 da PT Portugal. O antigo operador histórico viu as receitas recuarem 1,5% para €2,3 mil milhões em 2016 face a 2015. Porém, o EBITDA (meios libertos operacionais) da dona da MEO cresceu 12,5% para €1,089 mil milhões. E o investimento subiu 20,5% para €399 milhões, refletindo a aposta na expansão da rede de fibra ótica. “Os resultados que apresentamos em Portugal mostram uma clara inversão da tendência de quebra das receitas que se verificava há 32 trimestres, e são a prova de que a estratégia da Altice permitiu à PT retomar o caminho do crescimento”, afirmou Paulo Neves, presidente da PT Portugal".

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