segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Comunicado do Sindel sobre "balanceamento de efetivos"

" Foi hoje comunicado aos parceiros sociais o programa de balanceamento de efetivos da EDP para 2014.Este programa decorrerá nos mesmos moldes dos anos anteriores (PAE) com a coordenação da DRHC e o envolvimento das hierarquias, sendo os trabalhadores a contatar previamente identificados por cada uma das empresas do grupo.Prevê a redução de pouco mais de 100 efetivos a distribuir pelas modalidades:Antecipação à pré-reforma (entre os 50 e os 55 anos de idade)
Rescisão por mútuo acordo
Pré-reforma
O SINDEL questionou sobre a possibilidade dos trabalhadores que façam parte do “programa de optimização de lojas” poderem vir a ser integrados, não nos tendo sido confirmada nem desmentida essa possibilidade, pelo que, estaremos atentos a futuros desenvolvimentos."

domingo, 21 de setembro de 2014

O yes man

Por e-mail recebemos este artigo de Mia Couto. Diz, quem enviou, que muito se pode aplicar em empresas que conhecemos. Fica à avaliação de cada leitor.
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Existe o “Yes man”. Todos sabem quem é e o mal que causa. Mas existe o “May be man”. E poucos sabem quem é. Menos ainda sabem o impacto desta espécie na vida nacional. Apresento aqui essa criatura que todos, no final, reconhecerão como familiar. O “May be man” vive do “talvez”. Em português, dever-se-ia chamar de “talvezeiro”. Devia tomar decisões. Não toma. Simplesmente, toma indecisões. A decisão é um risco. E obriga a agir. Um “talvez” não tem implicação nenhuma, é um híbrido entre o nada e o vazio. A diferença entre o “Yes man” e o “May be man” não está apenas no “yes”. É que o “may be” é, ao mesmo tempo, um “may be not”. Enquanto o “Yes man” aposta na bajulação de um chefe, o “May be man” não aposta em nada nem em ninguém. Enquanto o primeiro suja a língua numa bota, o outro engraxa tudo que seja bota superior. Sem chegar a ser chave para nada, o “May be man” ocupa lugares chave no Estado. Foi-lhe dito para ser do partido. Ele aceitou por conveniência. Mas o “May be man” não é exatamente do partido no Poder. O seu partido é o Poder. Assim, ele veste e despe cores políticas conforme as marés. Porque o que ele é não vem da alma. Vem da aparência. A mesma mão que hoje levanta uma bandeira, levantará outra amanhã. E venderá as duas bandeiras, depois de amanhã. Afinal, a sua ideologia tem um só nome: o negócio. Como não tem muito para negociar, como já se vendeu terra e ar, ele vende-se a si mesmo. E vende-se em parcelas. Cada parcela chama-se “comissão”. Há quem lhe chame de “luvas”. Os mais pequenos chamam-lhe de “gasosa”. Vivemos uma nação muito gaseificada. Governar não é, como muitos pensam, tomar conta dos interesses de uma nação. Governar é, para o “May be Man”, uma oportunidade de negócios. De “business”, como convém hoje, dizer. Curiosamente, o “talvezeiro” é um veemente crítico da corrupção. Mas apenas, quando  beneficia outros. A que lhe cai no colo é legítima, patriótica e enquadra-se no combate contra a pobreza. Afinal, o “May be man” é mais cauteloso que o andar do camaleão: aguarda pela opinião do chefe, mais ainda pela opinião do chefe do chefe. Sem luz verde vinda dos céus, não há luz nem verde para ninguém. O “May be man” entendeu mal a máxima cristã de “amar o próximo”. Porque ele ama o seguinte. Isto é, ama o governo e o governante que vem a seguir. Na senda de comércio de oportunidades, ele já vendeu a mesma oportunidade ao sul-africano. Depois, vendeu-a ao português, ao indiano. E está agora a vender ao chinês, que ele  imagina ser o “próximo”. É por isso que, para a lógica do “talvezeiro” é trágico que surjam decisões. Porque elas matam o terreno do eterno adiamento onde prospera o nosso indecidido personagem. O “May be man” descobriu uma área mais rentável que a especulação  financeira: a área do não deixar fazer. Ou numa parábola mais recente: o não deixar. Há investimento à vista? Ele complica até deixar de haver. Há projeto no fundo do túnel? Ele escurece o final do túnel. Um pedido de uso de terra, ele argumenta que se perdeu a papelada. Numa palavra, o “May be man” atua como polícia de trânsito corrupto: em nome da lei, assalta o cidadão. Eis a sua filosofia: a melhor maneira de fazer política é estar fora da política. Melhor ainda: é ser político sem política nenhuma. Nessa fluidez se afirma a sua competência: ele sai dos princípios, esquece o que disse ontem, rasga o juramento do passado. E a lei e o plano servem, quando confirmam os seus interesses. E os do chefe. E, à cautela, os do chefe do chefe. O “May be man” aprendeu a prudência de não dizer nada, não pensar nada e, sobretudo, não contrariar os poderosos. Agradar ao dirigen­te: esse é o principal currículo. Afinal, o “May be man” não tem ideia sobre nada: ele pensa com a cabeça do chefe, fala por via do discurso do chefe. E assim o nosso amigo se acha apto para tudo. Podem nomeá-lo para qualquer área: agricultura, pescas, exército, saúde. Ele está à vontade em tudo, com esse conforto que apenas a ignorância absoluta pode conferir. Apresentei, sem necessidade o “May be man”. Porque todos já sabíamos quem era. O nosso Estado está cheio deles, do topo à base. Podíamos falar de uma elevada densidade humana. Na realidade, porém, essa densidade não existe. Porque dentro do “May be man” não há ninguém. O que significa que estamos pagando salários a fantasmas. Uma fortuna bem real paga mensalmente a fantasmas. Nenhum país, mesmo rico, deitaria assim tanto dinheiro para o vazio. O “May be Man” é utilíssimo no país do talvez e na economia do faz-de-conta. Para um país a sério não serve. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Esclarecimentos sobre o ACT, comunicado Fiequimetal

"NOTA FINAL AO COMUNICADO:

Sendo condição garantida a existência de um ano de aceleração para todos os trabalhadores (ACT/2000), este tem como efeito o acrescentar de um ano de antiguidade no grau detido em 2014. Foi estabelecido que a passagem ao novo grau acrescentado na carreira, nos casos em que o foi, será de cinco anos. As duas situações conjugadas terão como efeito prático que um trabalhador que tenha quatro ou mais anos de antiguidade no grau em 1.1.2014, com a aceleração fica com mais um ano e terá a condição preenchida para passar à nova Br com efeitos a 1.1.2014. Se tiver três anos de grau em 1.1.2014 com a aceleração passará a ter quatro e em 1.1.2015 terá os cinco necessários para passar è nova Br. Se tiver dois  anos com a aceleração passará a ter três anos de grau e em 1.1.2016 terá condições de acesso à nova Br. O mesmo procedimento existirá consequentemente com os casos de antiguidade inferior neste grau.

No terceiro parágrafo, quando nos referimos ao subsidio de estudo a trabalhadores e descendentes, importa clarificar que esta matéria não é, como referimos, de aplicação universal, no sentido que possa ter entendido como uma única figura. De facto, o direito existe para todos, mas com base em duas figuras: os trabalhadores ACT/2000 nas regras emergentes do ACT, cláusula 107.ª a 110.ª e os que agora serão integrados no ACT com base no Plano Social EDP “flex”, integrado no Anexo IX do Acordo Colectivo de Trabalho. "

Leia o comunicado na integra clicando aqui

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Comunicado da CT da Distribuição

"A CT reuniu com o CA e abordou algumas questões relativas à situação atual da empresa.

EMPREITADA CONTINUA
O CA informou que no início de Setembro sairão os concursos para as empreitadas continuas a iniciar em 2015.
Melhoria da relação adjudicatário / empreiteiros, otimização das operações envolvidas, reforço das exigências de habilitações técnicas, melhoria dos níveis de serviço, e melhoria na gestão dos materiais são alguns dos propósitos apresentados como os orientadores deste concurso.
A CT considera que os objetivos gerais apresentados vão no sentido do que tem vindo a ser exigido e vai continuar a analisar este processo logo que tenha acesso a dados mais concretos.

SITUAÇÃO ECONOMICA FINANCEIRA
Foram apresentados, pelo CA, alguns dados relativos ao 1º semestre deste ano de que destacamos os seguintes:
Registou-se um aumento da eletricidade distribuída (1,3%) com um TIE de 35 minutos (cerca de 5 minutos mais que o ano passado);
O EBITDA baixou 1,4% (cerca de 5 milhões) tendo-se registado a nível do OPEX (pessoal e PSE) uma descida de 2,7;
Regista-se a nível do investimento um aumento de 12 milhões.
A CT vai continuar a acompanhar a situação deste ano registando que se continua a verificar um sobre-esforço pedido aos trabalhadores sem que lhes seja reconhecido o justo pagamento pelo seu trabalho.

O NOVO ACT E OS TRABALHADORES DO GRUPO EDP QUE TRABALHAM PARA A EDP DISTRIBUIÇÃO
A CT colocou, ao CA, a sua posição de que, uma vez assinado o novo ACT/EDP deixa de ter qualquer sentido a manutenção de trabalhadores com os seus postos de trabalho totalmente disponíveis para a EDP Distribuição-fora dos quadros desta empresa; por exemplo a O&M..
O CA afirmou que esta situação será reanalisada a luz da nova realidade.
A CT vai continuar a acompanhar de perto esta situação, brevemente voltaremos a nos pronunciar sobre este assunto.

SEGURANÇA
O CA informou que, no seguimento do Programa Orange, as atividades de segurança do Grupo ficarão organizadas na EDP VALOR libertando assim mais quadros para o trabalho ativo nos locais.
A nível da EDP Distribuição a Segurança ficará a ser coordenada a nível de um assessor do CA.

EDIFÍCIOS EM LISBOA
Face ao questionamento por parte da CT o CA informou que, no seguimento da venda pelo Grupo EDP do Edifício do Marques de Pombal, a EDP Distribuição vai manter-se nas instalações que ocupa atualmente em regime de aluguer até a concretização do projeto das instalações de Cabo Ruivo.

DIVERSOS
A C.T. colocou, ao CA, a situação posta por vários trabalhadores sobre tempos de espera inusitados para a substituição de pneus. O CA ficou de ver o que se passa.
A C.T. levou ao conhecimento do CA o facto de autoridades policiais estarem a considerar que os trabalhadores da EDP quando conduzem viaturas da empresa são condutores profissionais e assim tratados face à lei. O CA ficou de analisar a situação e transmitir uma posição.
O CA informou que o roubo do cobre finalmente está a diminuir (menos 70% de roubos no ultimo ano) fruto de uma concertação de vontades de que a EDP Distribuição foi pioneira.
O CA informou que se irá realizar um Encontro de Segurança do Trabalho no dia 8 de Outubro em Ílhavo.
A próxima reunião da CT com o CA está agendada para o dia 30 de Outubro. Solicitamos aos trabalhadores que nos enviem assuntos que desejem ver tratados.

Lisboa, 05/09/2014"

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Só para nós é que há crise...

Artigo e foto Jornal Expresso
As funções de topo das empresas - administradores, diretores gerais - são as que este ano estão a ter maiores subidas de salários. A perder poder de compra estão os comerciais e os operários, revela o estudo Mercer Total Compesation Portugal 2014.



 / FOTO RUI DUARTE SILVA

Ao contrário dos anos anteriores, os administradores, diretores gerais e diretores de 1ª linha viram o nível salarial aumentar em  2014 (entre 3,31% e 1,64%). A exceção vai para os comerciais e operários, que apresentam uma variação negativa de -0,14% e -1,41% respetivamente, indica o estudo "Mercer Total Compesation Portugal 2014", elaborado pela consultora Mercer.   
A generalidade das famílias analisadas pelo estudo beneficiou de ligeiros incrementos salariais (entre 1,18% e 1,56%), tendo sido superiores aos observados em 2013 (entre 1,09 e 1,24%). Para 2015, a Mercer perspetiva que essa variação positiva se mantenha entre 1,23% e 1,40%.
A recuperação salarial das profissões de topo costuma acontecer, segundo Tiago Borges, responsável da área de estudos de mercado da Mercer, em períodos de recuperação da atividade económica e verifica-se uma tendência para uma maior penalização dos níveis funcionais com maior responsabilidade em períodos de crise.
O mesmo estudo da Mercer revela que 19% das empresas preveem aumentar o número de trabalhadores e que 8% preveem diminuir. Mas a grande maioria, 73% das organizações, afirma que irá manter o número de colaboradores em 2014. Para 2015, estima-se que o número de empresas que pretendem aumentar o seu quadro de pessoal mantenha a tendência deste ano (19%).
Para este estudo foram analisados 106.445 postos de trabalho em 302 empresas do mercado português. A amostra é constituída por empresas multinacionais (60%), empresas nacionais privadas (39%) e uma minoria de empresas públicas (1%).
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/a-vida-e-assim-em-2014-operarios-ganham-menos-e-administradores-ganham-mais=f888137#ixzz3CO4TrfLx