sexta-feira, 29 de julho de 2016

EDP reduz mais de 900 milhões de dívida

Artigo site Expresso
A EDP terminou o primeiro semestre com uma dívida líquida de 16,48 mil milhões de euros, um valor que consubstancia um corte de 900 milhões de euros face ao final de 2015, de acordo com o relatório de resultados que a empresa enviou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta redução da dívida foi conseguida principalmente através de várias operações de venda de dívida tarifária do sector elétrico, mas também pela geração de ganhos nas operações do grupo, libertando recursos que permitiram à EDP baixar o seu nível de endividamento.

O corte agora conseguido posiciona o grupo dentro do limite que tinha sido prometido pela equipa de gestão liderada por António Mexia. O presidente executivo da EDP havia anunciado em março a intenção de deixar a EDP este ano com uma dívida líquida inferior a 16,5 mil milhões de euros.

António Mexia afirmou ao Expresso que “o resultado final do ano em termos de dívida será melhor do que este”. E para essa redução do endividamento contribuirá a venda de défice tarifário, a estratégia de rotação de ativos e a obtenção de ganhos através da política de gestão de energia do grupo.

A dívida em junho equivalia a 4,3 vezes o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). Descontando o peso da dívida tarifária na dívida da própria EDP, o rácio de endividamento é de 3,8 vezes o EBITDA.

Este é um dos temas mais sensíveis na gestão financeira do grupo, já que quanto mais elevada a dívida (que chegou a superar 18 mil milhões de euros), tendencialmente maior será o encargo anual que a EDP tem com juros.

A par com a redução da dívida a EDP beneficiou no primeiro semestre de uma ligeira diminuição do custo médio dessa dívida (de 4,7% para 4,5%), o que permitiu à empresa baixar o encargo com juros de 454 milhões de euros no primeiro semestre de 2015 para 398 milhões no mesmo período de 2016.

Também a rubrica de custos operacionais líquidos evoluiu positivamente, alcançando, de acordo com Mexia, “o melhor rácio de sempre” no grupo.

No capítulo financeiro, a EDP terá, ainda este ano, de reembolsar 1,6 mil milhões de euros de empréstimos e outras linhas de crédito que vão vencer. Em 2017 os reembolsos que a EDP terá de pagar somam 1,3 mil milhões de euros. Em 2018 ascendem a 1,8 mil milhões.

A elétrica assegura ter atualmente ao seu dispor uma posição de liquidez (entre montante em caixa e linhas de crédito disponíveis) de 5,6 mil milhões de euros, que são suficientes para cobrir as necessidades de refinanciamento do grupo “para além de 2018”.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A nova sede da EDP “vai crescer”. E fica pronta em 2021

notícia e foto site dinheiro vivo
A nova sede da EDP, situada na Av. 24 de Julho, em Lisboa, ficou pronta há cerca de um ano, mas a empresa já está a preparar a construção de mais um edifício igualmente emblemático, mesmo por trás do atual, na Rua Dom Luís I, e que estará pronto o mais tardar em 2021. “Será o prolongamento da atual sede para as pessoas que ainda estão nos edifícios da José Malhoa e do Marquês de Pombal”, ou seja, “para mais ou menos o mesmo que a nova sede, cerca de 800 pessoas”, disse ao Dinheiro Vivo o CEO da empresa, António Mexia. 
Veja mais em: https://www.dinheirovivo.pt/empresas/a-nova-sede-da-edp-vai-crescer-e-fica-pronta-em-2021/#sthash.pUVvTZp8.dpuf

Call center de novo em justa greve

Os trabalhadores dos call-centers da EDP, contratados através do regime de prestação de serviços pela Randstad, estão em greve hoje e amanhã. Hoje, entre as 9:00 e as 16:00 horas, realizam uma concentração junto à sede da Randstad, contra a intransigência da administração da empresa que continua a oferecer um aumento salarial de 1 euro por mês. O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, participou na concentração, ao início da manhã.
Os trabalhadores querem ver cumpridas as suas reivindicações de aumento salarial, melhores condições de trabalho e a passagem dos trabalhadores em regime de prestação de serviços aos quadros da empresa utilizadora, a EDP.
Toda a informação no site da Comissão Sindical: https://csrandstad.wordpress.com/

terça-feira, 12 de julho de 2016

FMI recomenda a Portugal que congele investimento na rede elétrica

Notícia em expresso.pt 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) continua a olhar com preocupação para o custo da energia em Portugal. Já assim era durante a intervenção da troika, mas agora a entidade exorta o Governo português a não autorizar a realização de novos investimentos na rede de transporte de eletricidade.

Num relatório divulgado esta sexta-feira sobre a Zona Euro, entre as recomendações deixadas a Portugal está a “continuação da redução dos custos da energia e a não realização de novos investimentos na infraestrutura de transporte [de eletricidade] até que a dívida [tarifária] do sector energético esteja paga”.

Embora o anterior Governo tenha previsto inicialmente eliminar a dívida tarifária até 2020 (prazo flexibilizado num par de anos já no final da legislatura), hoje a perspetiva com que o Executivo e o regulador da energia trabalham é de que a dívida elétrica possa ser extinta apenas em 2025. O que significaria, se a recomendação do FMI fosse acolhida, nove anos de travessia no deserto por parte da REN, a empresa concessionária da rede de transporte de eletricidade.

Enquanto concessionária, a REN alimenta o seu negócio através das receitas reguladas: a empresa fatura tanto mais quanto maior for o investimento que realiza e o registo desse investimento na base regulada de ativos.

A recomendação agora feita pelo FMI vem reforçar a mensagem já deixada pelo regulador da energia de que quaisquer novos investimentos na rede elétrica devem ser encarados com grande cautela, de forma a não agravar os encargos futuros dos consumidores de energia.

No seu parecer ao plano de investimento da REN para a rede elétrica para o período de 2016 a 2025, emitido em fevereiro deste ano, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) tinha deixado um leque de reparos, sugerindo ao Governo a não aprovação do plano submetido pela empresa.

Embora privada, a REN, tendo o estatuto de concessionária, precisa do aval do Estado (o concedente) para realizar novos investimentos nas infraestruturas energéticas.

Sobre o plano de investimento da REN para a eletricidade, a ERSE notou que “o atual contexto do quadro económico e financeiro nacional e o nível de endividamento que carateriza o sistema elétrico nacional (SEN) obrigam a que os investimentos nas redes do SEN, cujos custos são recuperados pelas tarifas de acesso, sejam efetuados com prudência”.

A REN propôs investir na rede elétrica 1165 milhões de euros na próxima década, dos quais 607 milhões até 2020. Um plano que, diz a ERSE, “continua a parecer desajustado face à evolução ocorrida e prevista do consumo e da ponta de utilização da RNT [rede nacional de transporte], à excelente qualidade de serviço e à inexistência de constrangimentos estruturais da RNT”.

Além disso, concluiu a ERSE em fevereiro, “o nível de investimento proposto é, aliás, superior ao volume necessário para garantir a manutenção da reposição do imobilizado que atinge o fim de vida útil contabilística”.

terça-feira, 5 de julho de 2016

ERSE espera poupanças de 400 milhões de euros até 2020 no sistema eléctrico

Notícia jornal Público

Leilões de renováveis deverão cortar 200 milhões às tarifas e diminuição do gás comprado pela central da Turbogás poderá gerar poupanças de 214 milhões.
A ERSE revelou esta segunda-feira que espera obter poupanças de aproximadamente 400 milhões de euros para os consumidores de electricidade com medidas regulatórias como os leilões da chamada produção em regime especial (ou PRE), e a renegociação das quantidades de gás natural que a central da Turbogás na Tapada do Outeiro está contratualmente obrigada a comprar.

No primeiro caso estão em causa poupanças que, até 2020, andarão entre os 170 e os 200 milhões de euros e, no segundo, uma redução de custos que poderá ter ficado entre os 134 e 214 milhões de euros, entre 2011 e 2015, explicou fonte oficial da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), num encontro com a imprensa.

Os leilões de PRE (a electricidade produzida a partir de fontes renováveis e cogeração), que a ERSE introduziu no final de 2011, vieram “transformar o que seria um problema numa oportunidade”, disse fonte do regulador. Entre 2012 e 2015, as poupanças registadas para o sistema com estes leilões atingiram 79 milhões de euros e, no primeiro semestre deste ano, outros 43 milhões, num total de 122 milhões.

Estes são ganhos obtidos com a redução do sobrecusto gerado pela PRE – cujos produtores têm tarifas garantidas próximas de 100 euros por megawatt/hora, quase o dobro daquilo que é o preço da electricidade no mercado ibérico. De acordo com a configuração do sistema eléctrico, a EDP Serviço Universal (que é o comercializador de último recurso, ou CUR) está obrigada a comprar toda a PRE (que por sua vez tem prioridade de injecção na rede eléctrica). A diferença entre o preço que a EDP paga aos produtores da PRE e a receita gerada com a venda de electricidade no mercado grossista representa o chamado sobrecusto, que é pago por todos os consumidores, nas tarifas de acesso à rede. Foi o diferimento deste sobrecusto para anos seguintes (de modo a limitar o agravamento anual das tarifas) que deu origem ao défice tarifário. Por exemplo, este ano, o sobrecusto total previsto é de 1262 milhões de euros, a recuperar em cinco anos.

Uma vez que, o volume de produção das renováveis aumentou nos últimos anos e que, em virtude da liberalização do mercado, a EDP Serviço Universal perdeu muitos clientes para os comercializadores em regime de concorrência (incluindo a própria EDP Comercial), a electricidade que está obrigada a comprar passou a ser excedentária para a sua carteira de clientes, obrigando-a revender o remanescente. Em 2011, a ERSE criou os leilões (onde é comercializada 50% da PRE), ou seja, um mecanismo que veio privilegiar a colocação desta energia no mercado a prazo, onde os preços de venda são mais elevados que no mercado diário - já que os compradores (as empresas comercializadoras) estão dispostos a pagar um prémio por terem maior previsibilidade sobre o custo da energia necessária para fornecer os seus clientes.

Assim, ao conseguir que a EDP Serviço Universal venda esta energia a um preço superior àquele que seria pago no mercado à vista, os leilões organizados pela ERSE contribuem para estreitar o diferencial entre o preço em mercado e o valor a que a electricidade é comprada aos produtores das renováveis. Com isso, permitem também que haja uma redução no sobrecusto a recuperar nas facturas mensais dos consumidores de electricidade. Segundo a ERSE, a poupança média anual desde 2012 tem sido de 20 milhões de euros por ano.

Este mecanismo também dá à entidade reguladora presidida por Vítor Santos "maior previsibilidade ao cálculo do sobrecusto da PRE” e ao seu impacto nas tarifas que define anualmente, já que a oscilação de preços é menor no mercado a prazo. Além disso, permite aos pequenos comercializadores, em particular aos novos entrantes no mercado, muitos dos quais não têm geração eléctrica em Portugal, acesso a fontes de aprovisionamento que lhes permitem comprar quantidades de energia a prazos e preços pré-definidos, livrando-se dos riscos da oscilação de preços e de custos como o da interligação Espanha/Portugal. Com isto, têm condições de “praticar preços mais competitivos” para o consumidor final. Ainda assim, não é certo que os comercializadores não façam reflectir os preços mais elevados nos seus tarifários, admitiu fonte da ERSE.

O próximo leilão vai realizar-se em Setembro e serão comercializados três produtos: contratos para o último trimestre deste ano, para o primeiro trimestre de 2017 e também para o ano de 2017.

Outra das vertentes onde a ERSE tem procurado reduzir os encargos dos consumidores de electricidade tem sido com a renegociação das quantidades de gás que a central da Turbogás (do grupo Trustenergy) está contratualmente obrigada a comprar.

Esta central, que beneficia de um contrato de aquisição de energia (CAE), o que significa que é remunerada através das tarifas dos consumidores, tem um contrato de aprovisionamento de gás (celebrado entre a Transgás/Galp e a REN, que é a gestora do CAE) desajustado face ao que é a realidade do consumo actual de electricidade. Daí que, em 2011, o regulador tenha promovido a renegociação da quantidade de gás a adquirir pela central, reduzindo-a para cerca de 44% do volume mínimo inicialmente contratado.

Segundo o balanço da ERSE, esta renegociação terá permitido poupanças que andarão entre os 134 e os 214 milhões de euros até 2015. “O custo de produção da central é superior às receitas que obtém em mercado e os consumidores são chamados a assumir a diferença”, disse fonte da ERSE, adiantando que o regulador não só admite voltar a reduzir as quantidades contratadas, como revender o excesso de gás natural no mercado.

Assim, encomendou um estudo que “avalie os benefícios e o redesenho dos incentivos regulatórios à REN Trading considerando a possibilidade de comercialização do gás”, em vez da sua queima para produção eléctrica.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Comunicado Sindel sobre energia

Recentemente chegaram alertas ao SINDEL, sobre a suspensão por parte da EDP Comercial e da EDP Serviço Universal da faturação da energia elétrica respeitante aos beneficiários dos direitos consagrados no ACT EDP para esta matéria.
De imediato o SINDEL solicitou uma reunião à Direção da EDP para clarificar esta questão, a qual se realizou no dia 21/6/2016. Nessa reunião foi-nos informado que tinha sido decidido a suspensão da faturação, para que se procedessem às alterações impostas pelas Finanças no sentido de se retificar a incidência do IVA, que estava a ser considerado apenas quanto ao valor a pagar depois de feito o desconto previsto no ACT para a energia e taxa de potência. Segundo a EDP, as Finanças exigem que o IVA incida sobre o valor da fatura antes do desconto e por isso iria cumprir essas instruções.
O SINDEL não concorda com esta interpretação! E “estranha” a complacência da empresa perante as entidades fiscais, pois bem sabe que o benefício da energia já é tributado em sede de IRS como Retribuição em espécie e, como tal, não deverá haver lugar a uma dupla tributação (IRS e IVA).
Bem como “estranhamos” que a EDP tenha entendido que um assunto desta relevância e abrangência não merece o atempado e profundo acompanhamento dos parceiros sociais subscritores do ACT!...
Nessa circunstância, o SINDEL sugeriu que a EDP deveria manter suspensa a faturação (com as facilidades habituais, depois, para o pagamento das faturas suspensas) até a situação estar inteiramente esclarecida, nomeadamente a questão da dupla tributação, manifestando a sua disponibilidade, como sempre, para apresentar propostas viáveis à resolução do problema. Face à nossa posição, os representantes da EDP solicitaram mais algum tempo para estudarem a possibilidade de concertarmos a forma de ultrapassar esta situação, mas estranhamente ou não, no mesmo dia da reunião, começaram a enviar as faturas com o novo método de cálculo do IVA.
O SINDEL não vai aceitar esta situação sem que legalmente seja exigido. Vamos falar com quem de direito, serviços tributários ou os tribunais.
O SINDEL vai encetar os passos legais no sentido da suspensão da faturação até que o assunto esteja inteiramente esclarecido.
A EDP tem que voltar aos tempos em que o diálogo social era uma prática. A agitação laboral não favorece ninguém, mas não hesitaremos na defesa dos nossos direitos!
O SINDEL informará, como sempre, todo o desenvolvimento deste processo.

Comunicado Siesi sobre subsídio de estudo e energia

Subsídio de estudo a descendentes:
A CNS/ FIEQUIMETAL continua em negociação com a empresa tendo o objectivo de desbloquear a figura dos subsídios de estudo aos filhos dos trabalhadores e reformados, tendo-se realizado uma reunião no passado dia 1 de Julho, onde foi discutido este assunto.
Esta situação terá de ficar resolvida até ao início do próximo ano lectivo, estando já marcada uma reunião para o próximo dia 8 de Agosto.

“Benefício” de energia:
Considerando que a EDP informou da posição das entidades oficiais quanto à obrigação de pagamento de IVA sobre o “benefício” na energia, manifestámos o nosso desacordo pela forma intempestiva com que se iniciou a sua cobrança, sem que fosse comprovada a sua legitimidade. Mais, informámos que não aceitamos que nos seja, por esta forma, reduzido este direito e que exigimos uma solução urgente e que reponha o quadro do direito acordado.
Informámos, ainda, que não existe justificação para o facto de, passado tanto tempo sobre o acordo, o processo de atribuição deste “benefício”, a EDP ainda não ter conseguido que o sistema informático o processe tal como foi estabelecido.