Artigo site Expresso
A EDP terminou o primeiro semestre com uma dívida líquida de 16,48 mil milhões de euros, um valor que consubstancia um corte de 900 milhões de euros face ao final de 2015, de acordo com o relatório de resultados que a empresa enviou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Esta redução da dívida foi conseguida principalmente através de várias operações de venda de dívida tarifária do sector elétrico, mas também pela geração de ganhos nas operações do grupo, libertando recursos que permitiram à EDP baixar o seu nível de endividamento.
O corte agora conseguido posiciona o grupo dentro do limite que tinha sido prometido pela equipa de gestão liderada por António Mexia. O presidente executivo da EDP havia anunciado em março a intenção de deixar a EDP este ano com uma dívida líquida inferior a 16,5 mil milhões de euros.
António Mexia afirmou ao Expresso que “o resultado final do ano em termos de dívida será melhor do que este”. E para essa redução do endividamento contribuirá a venda de défice tarifário, a estratégia de rotação de ativos e a obtenção de ganhos através da política de gestão de energia do grupo.
A dívida em junho equivalia a 4,3 vezes o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). Descontando o peso da dívida tarifária na dívida da própria EDP, o rácio de endividamento é de 3,8 vezes o EBITDA.
Este é um dos temas mais sensíveis na gestão financeira do grupo, já que quanto mais elevada a dívida (que chegou a superar 18 mil milhões de euros), tendencialmente maior será o encargo anual que a EDP tem com juros.
A par com a redução da dívida a EDP beneficiou no primeiro semestre de uma ligeira diminuição do custo médio dessa dívida (de 4,7% para 4,5%), o que permitiu à empresa baixar o encargo com juros de 454 milhões de euros no primeiro semestre de 2015 para 398 milhões no mesmo período de 2016.
Também a rubrica de custos operacionais líquidos evoluiu positivamente, alcançando, de acordo com Mexia, “o melhor rácio de sempre” no grupo.
No capítulo financeiro, a EDP terá, ainda este ano, de reembolsar 1,6 mil milhões de euros de empréstimos e outras linhas de crédito que vão vencer. Em 2017 os reembolsos que a EDP terá de pagar somam 1,3 mil milhões de euros. Em 2018 ascendem a 1,8 mil milhões.
A elétrica assegura ter atualmente ao seu dispor uma posição de liquidez (entre montante em caixa e linhas de crédito disponíveis) de 5,6 mil milhões de euros, que são suficientes para cobrir as necessidades de refinanciamento do grupo “para além de 2018”.
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