"Dias depois da resposta das Finanças, Jorge Moreira
da Silva lembrou dificuldades da China Three Gorges em instalar fábrica em
Portugal
Afinal a China Three Gorges, accionista chinês da EDP, cumpriu tudo o que
estava previsto no quadro da privatização da empresa. A garantia foi dada ao
parlamento pelo Ministério das Finanças, respondendo a uma pergunta sobre o
atraso na instalação de uma fábrica de geradores em Portugal.
"O governo assegura o integral cumprimento da execução dos contratos celebrados no âmbito deste processo de reprivatização, bem como dos compromissos estratégicos assumidos pela China Three Gorges", responde o Ministério das Finanças a uma pergunta da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. A resposta, com data de 1 de Outubro, contrasta contudo com os argumentos usados pelo ministro do Ambiente e Energia três dias depois.
Questionado sobre a reacção dos accionistas estrangeiros da EDP à nova taxa sobre a produção de electricidade e cortes adicionais no sector, Jorge Moreira da Silva lembrou as dificuldades sentidas pelos novos accionistas na aplicação das condições previstas na privatização. O governante sublinhou a "compreensão" do governo português com essas dificuldades, apelando também à "compreensão" dos investidores para as medidas na área da energia, numa altura em que são pedidos esforços aos portugueses. Mas a reacção da China Three Gorges, grupo que comprou 21,35% da EDP em 2011, não foi particularmente compreensiva.
Numa carta enviada ao vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, o grupo estatal chinês qualificou de "desagradável surpresa" as notícias de uma taxa sobre a electricidade. O protesto, recebido na segunda-feira à tarde, diz que a medida, que vale 100 milhões de euros, pode afectar o valor e os resultados da EDP, realçando ainda que contraria garantias dadas no passado quanto à estabilidade do quadro regulatório da economia do sector eléctrico. A China Three Gorges mostra abertura para negociar uma solução que preserve o valor da EDP e permita continuar a desenvolver o processo de cooperação entre as empresas e os dois países.
Antes do aviso, a empresa tinha enumerado vantagens e sucessos da parceria que resultou da compra da EDP. Estes sucessos correspondem à ideia transmitida pelo Ministério das Finanças. A resposta ao parlamento sublinha o maior mérito da proposta da China Three Gorges em relação às outras propostas, em particular pelo maior preço - 2700 milhões de euros -, mas também devido ao "suporte financeiro significativo para o desenvolvimento e o crescimento das actividades da EDP nos mercados nacional e internacional e a uma forte contribuição para o esforço da capacidade económico-financeira da empresa e consequentemente da economia portuguesa". As Finanças, então lideradas por Vítor Gaspar, puseram o sucesso da venda da EDP à frente do corte das rendas de energia, situação que agora o governo tem de rever.
Mariana Mortágua questionou o governo sobre o atraso na construção de uma fábrica de geradores e a criação de um centro de investigação de energias renováveis. O projecto industrial aguarda condições de mercado para avançar, explicou já ao executivo a China Three Gorges."
"O governo assegura o integral cumprimento da execução dos contratos celebrados no âmbito deste processo de reprivatização, bem como dos compromissos estratégicos assumidos pela China Three Gorges", responde o Ministério das Finanças a uma pergunta da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. A resposta, com data de 1 de Outubro, contrasta contudo com os argumentos usados pelo ministro do Ambiente e Energia três dias depois.
Questionado sobre a reacção dos accionistas estrangeiros da EDP à nova taxa sobre a produção de electricidade e cortes adicionais no sector, Jorge Moreira da Silva lembrou as dificuldades sentidas pelos novos accionistas na aplicação das condições previstas na privatização. O governante sublinhou a "compreensão" do governo português com essas dificuldades, apelando também à "compreensão" dos investidores para as medidas na área da energia, numa altura em que são pedidos esforços aos portugueses. Mas a reacção da China Three Gorges, grupo que comprou 21,35% da EDP em 2011, não foi particularmente compreensiva.
Numa carta enviada ao vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, o grupo estatal chinês qualificou de "desagradável surpresa" as notícias de uma taxa sobre a electricidade. O protesto, recebido na segunda-feira à tarde, diz que a medida, que vale 100 milhões de euros, pode afectar o valor e os resultados da EDP, realçando ainda que contraria garantias dadas no passado quanto à estabilidade do quadro regulatório da economia do sector eléctrico. A China Three Gorges mostra abertura para negociar uma solução que preserve o valor da EDP e permita continuar a desenvolver o processo de cooperação entre as empresas e os dois países.
Antes do aviso, a empresa tinha enumerado vantagens e sucessos da parceria que resultou da compra da EDP. Estes sucessos correspondem à ideia transmitida pelo Ministério das Finanças. A resposta ao parlamento sublinha o maior mérito da proposta da China Three Gorges em relação às outras propostas, em particular pelo maior preço - 2700 milhões de euros -, mas também devido ao "suporte financeiro significativo para o desenvolvimento e o crescimento das actividades da EDP nos mercados nacional e internacional e a uma forte contribuição para o esforço da capacidade económico-financeira da empresa e consequentemente da economia portuguesa". As Finanças, então lideradas por Vítor Gaspar, puseram o sucesso da venda da EDP à frente do corte das rendas de energia, situação que agora o governo tem de rever.
Mariana Mortágua questionou o governo sobre o atraso na construção de uma fábrica de geradores e a criação de um centro de investigação de energias renováveis. O projecto industrial aguarda condições de mercado para avançar, explicou já ao executivo a China Three Gorges."
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